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Margareth Santos
03/02/2010
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Sementes de alho livres de vírus podem aumentar a produtividade da cultura em até 30%, foi o que ficou comprovado nos experimentos desenvolvidos pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), sob a coordenação do pesquisador Renato Luís Vieira. Com esse trabalho, os produtores ganham mais competitividade no mercado em razão da redução dos custos com a lavoura.
— Um cultivo com sementes comuns produz em torno de dez toneladas de bulbos de alho por hectare. Já com a adoção das sementes livres de vírus, é possível produzir 13 toneladas por hectare, incrementando a produção sem aumentar os custos — afirma o pesquisador.
O foco do estudo foram as cultivares nobres, plantadas no Sul do Brasil e no Cerrado. A partir delas foram criadas as variedades “Caçador”, “Quitéria”, “Chonan” e “Ito”, que estarão disponíveis no mercado para a safra de 2011. De acordo com Vieira, já foram produzidas plantas matrizes capazes de multiplicar anualmente em torno de 80 a 100 toneladas de sementes de alho nobre livres de vírus por hectare. A demanda surgiu da necessidade de colocar no mercado variedades competitivas para concorrer com o alho importado.
— O mais importante desse trabalho é que o produtor terá uma lucratividade maior em virtude da melhoria na produção com o uso das sementes limpas. São cerca de 30% a mais de produtividade sem aumentar os custos, além de manter o bom estado sanitário das lavouras. Inicialmente, a cultivar será distribuída aos produtores da região e, mais tarde, aos de outras áreas — observa.
Para chegar a essa nova cultivar, a pesquisa compreendeu quatro etapas distintas: ensaio a campo, para seleção dos melhores clones; limpeza do material para retirada do vírus, em laboratório; termoterapia e cultivo in vitro; cultivo das plantas matrizes em telado, protegidas dos insetos transmissores; e multiplicação das sementes em lavouras isoladas. Segundo o pesquisador, todas as etapas foram concluídas com êxito.
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